São eles que prestam serviço à população diariamente e dão fim aos resíduos indesejados, os coletores, motoristas de caminhão de coleta de lixo ou os também chamados garis. Sem eles o lixo se acumularia sem destino, nosso ambiente estaria infestado de visitantes desagradáveis e doenças surgiriam com maior frequência proveniente do acumulo de lixo. Marcos Rodrigues da Silva, 36 anos, gerente do setor, afirma “Infelizmente, muitas pessoas passam por nós e nem sabem que existimos. Mas, é uma gratificação deixar a cidade limpa para a população.”.
Valorizar esse ofício somente no dia 16 de maio (Dia do gari), porém, não é o suficiente. Cada brasileiro gera, por dia, em média, mais de um quilo de lixo. Na capital paulista, são 20 mil toneladas de lixo doméstico a cada 24 horas. Anualmente são gerados em torno de 4 milhões de toneladas de resíduos dos mais diferentes tipos. A coleta é, idealmente, um serviço prestado a toda a população, ou seja, essencial para a sociedade e como tal, deve ser reconhecida diariamente.
Em ritmo de trabalho acelerado, sob chuva e sol, durante o dia ou à noite, os coletores se certificam de manter a cidade limpa. No entanto nesse meio tempo, esses profissionais enfrentam inúmeros desafios; exposição a ruídos constantes, mau cheiro, trepidações durante o trajeto em locais de difícil acesso como terrenos íngremes e asfaltos mal conservados, risco de atropelamento em locais com trânsito intenso e de acidentes com perfurocortantes e contaminação por imunobiológicos e outras substâncias. Os riscos são maiores devido à falta de equipamentos de proteção e situações de trabalho adequados para a profissão. Segundo dados divulgados nesta semana pela Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural (Emdurb), que administra o serviço de coleta de lixo na cidade, nos três primeiros meses deste ano foram registrados sete acidentes com coletores, uma alta de 40%.
O projeto de lei da relatora, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), 3996/12, do Senado, e aos apensados (PLs 7159/10; 3184/12; 3119/15; 5583/16; 6264/16; 8661/17 e 10865/18) aprovado, visa mudar esse cenário ao prever adicional de insalubridade para os empregados em serviços de limpeza, de asseio, de conservação e de coleta de lixo, além disso, os coletores de lixo não poderão exercer as atividades sem os equipamentos de proteção individual (EPI). “Entendemos que o Projeto de Lei 3184/12, que trata da regulamentação da profissão de coletor de lixo urbano, matéria mais ampla que a regulamentação já existente sobre insalubridade, deve prosperar”, explicou a relatora.
Para facilitar o trabalho dos garis, existem algumas medidas que podem ser tomadas pela população. Felipe Augusto Pereira Ramos, coletor, orienta. “Quero pedir que continuem ajudando a gente na luta diária, descartando o lixo de forma correta, separando os recicláveis, separando seringas e agulhas e colocando em garrafas pet ou caixas de leite, entre outras medidas para evitar que a gente se machuque e colocando as sacolas na lixeira e no horário de passagem do caminhão.”
Além dessas medidas é importante sempre respeitar e agradecer pelas atividades realizadas por eles, afinal, são eles que nos permitem viver em uma cidade mais limpa e saudável, garantindo assim, uma melhor qualidade de vida a toda a população. Wagno Moreira dos Santos, 39 anos, gari, deixa o recado. “Se todos reconhecerem a importância do nosso papel e fizerem sua parte, todo mundo fica satisfeito, e a cidade fica mais limpa.”
Referências:
https://jornalzonasul.com.br/profissionais-da-limpeza-essenciais/